segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Eliana Piva de Albuquerque Tranchesi
Ela: 50 anos, criada na Vila Nova Conceição, bairro abastado em São Paulo. Estudou nos colégios Madre Alix e Nossa Senhora do Mo-rumbi. Fez faculdade de Artes Plásticas na Faap e curso de Literatura Inglesa na Inglaterra. Fala fluentemente francês, inglês e italiano. Mora numa mansão de quatro quartos, no Morumbi, com seus três filhos, e é a dona do maior templo de consumo de luxo do País, a Daslu.
Ele: 31 anos, criado na Cidade de Deus, comunidade do Rio de Janeiro marcada pelo domínio do tráfico de drogas. Mora lá até hoje, num pequeno apartamento no bloco 8 da área de prédios. Não completou a oitava série na escola pública. Aos 14 anos, o pai saiu de casa e ele teve que trabalhar para ajudar a mãe. Tomou conta de carro, empacotou compras de supermercado, quase descambou para o crime, até ser seduzido pelo lúp-hop. É o mais famoso rapper do Brasil e comoveu o País com Falcão - Meninos do Tráfico, documentário de sua autoria junto com Celso Athayde, exibido pelo Fantástico, e que deu origem a um livro. Um dos coordenadores da Central Única das Favelas (Cufa), é o principal porta-voz das periferias.
Agora eles estão juntos. O casamento - ou uma aliança de interesses mútuos - Eliana Tranchesi e MV Bill foi celebrado com pompa e repercussão na quarta-feira 5. Os dois entraram de braços dados no Terraço Daslu. Ele foi lançar seu livro e promover um debate sobre o tema. Ela, que abriu seus salões para convidados como os da favela vizinha, aproveitou o momento inusitado para divulgar os três projetos em parceria com a Cufa "Me sinto meio fora do ninho. Mas tenho que me sacrificar por conta da complexidade do assunto, que tem que ser trazido até aqui", comentou Bill. Um dos pontos altos do evento foi a eüte paulistana presenciar Eliana ser defendida no grito por Rosana Maria dos Santos, líder comunitária da favela Coliseu, quando uma socióloga criticou o con-sumismo representado pela butique. "A Rosa (assim ela a chama) é minha amigona, minha melhor amiga. Ela me liga toda hora. É uma graça", retribuiu a empresária ao fim do debate.
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