Quem passeou desavisado por Ipanema na tarde da quinta-feira 6 pôde jurar que o alvoroço remetia à visita de algum líder internacional. Quatro batedores da Polícia Militar abriram caminho pelas ruas do bairro para uma comitiva de carros e limusines. Na porta do restaurante Garota de Ipanema, onde Vinícius de Moraes costumava sentar para cantar a beleza feminina, uma figura alva e longilínea desceu de um dos veículos para dar mais fama ao badalado endereço. Era Nata-lie Glebova, a russa naturalizada canadense de 24 anos, dona do título de Miss Universo.
Morena de olhos azuis, Natalie é antítese daquele estereótipo de miss mais conhecida pela forma física do que pela cultura. Dona de um discurso articulado - fala francês, inglês e russo -, ela vive além dos ensinamentos de Saint-Exupéry, autor de O Pequeno Príncipe, favorito entre as postulantes ao título. Seu livro de cabeceira é o clássico do russo Pushkin: Eu-gene Onegin. "Ser miss me fascina mais pela possibilidade de conhecer outras culturas do que pela consagração estética", explica.
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